...Porque vale a pena viver!


Estamos no Setembro Amarelo. Confira o artigo preparado por Laíse Andrade sobre o movimento de prevenção ao suicídio.


- O cenário

O SETEMBRO AMARELO é um movimento mundial para conscientizar a população sobre a realidade do suicídio e mostrar que existe prevenção em mais de 90% dos casos, segundo a organização mundial da saúde (OMS). Em nosso país acontecem mais de 12 mil suicídios por ano, sendo a segunda maior causa de morte entre pessoas entre 15 e 29 anos. No mundo este número ultrapassa mais de 1 milhão de casos. 

São estes dados alarmantes que nos mobilizam, enquanto sociedade e profissionais de saúde, a alertar acerca do que há por trás do desejo de tirar a própria vida – o adoecimento mental.

É preciso que pensemos que o comportamento suicida não surge do nada. Geralmente o desenvolvimento deste tipo de comportamento advém de uma série de problemas que se apresentam gradualmente ao longo dos anos. Aqui, estariam relacionados: traços de personalidade, sensação de desesperança e carência de suporte social. 

Quando se refere a traços de personalidade, lembramos daquelas pessoas que se exigem em demasiado em termos de desempenho, que não se perdoam, ou que não toleram bem o sentimento de frustração. A carência de suporte social é consequência da solidão, do não se sentir pertencente a um grupo ou família. 
Fatores gatilhos ou estressores também poderiam precipitar essa condição, como, por exemplo, tentativa prévia de suicídio, presença de transtornos psiquiátricos (depressão, transtorno bipolar), uso abusivo de álcool e de drogas ilícitas, perda de emprego, problemas financeiros, término de relacionamento, exposição a situações de violência, trauma ou abuso, dor e doença crônica. 

Estima-se que para cada óbito por suicídio, 20 outras pessoas tenham tentado. Um estudo publicado pela OMS avaliou que apenas 2% das pessoas que cometeram suicídio não possuíam um transtorno mental. Imaginemos o quanto esse problema pode ter se agravado no contexto de pandemia. 

Além dos aspectos mentais, devemos ficar alertas quanto a outros fatores de risco: pacientes com história prévia de tentativa de suicídio, idosos que apresentam comprometimento cognitivo ou emocional, vulnerabilidade de pessoas que perderam parentes por suicídio, conflitos relacionados à identidade sexual, entre outros.

 

- A solução

Quais são as estratégias preventivas para o suicídio?
Uma das primeiras coisas que devemos lembrar é quanto à avaliação, o diagnóstico e o tratamento dos transtornos mentais, pois estes têm forte correlação com o comportamento suicida. Identificar pacientes depressivos é muito importante, visto que pacientes que já tiveram uma crise de depressão uma vez tem 40% de chance de ter uma segunda, e quem teve uma segunda crise, tem 90% de chance de ter depressão pela terceira vez.

Outro aspecto que pode reduzir estes altos índices é diminuir o acesso aos meios facilitadores (armas, pesticidas, cordas..). Além disso, desenvolver programas para desenvolvimento de habilidades que lhe permitam lidar com o estresse da vida, identificação precoce, gerenciamento e acompanhamento de pessoas com risco de suicídio.

Hábitos alimentares como uma dieta rica em grãos integrais, oleaginosas, frutas, vegetais, peixes e ovos são benéficos. Estes alimentos são associados à melhora dos quadros depressivos. A prática de exercícios físicos também reduz significativamente os sintomas depressivos.

Portanto, prevenir o suicídio também é melhorar o acesso aos serviços de saúde, tratando os transtornos mentais não apenas com medicações seguras, mas com adequado acompanhamento psicológico, desenvolvendo expectativas de esperança para o futuro, com maior independência e estratégias para lidar com fatores estressores.

É igualmente válido estimular os fatores de proteção, como possuir um relacionamento estável, ter expectativas realistas quanto aos nossos relacionamentos e ter uma vida com propósito. Nesse sentido, a convivência em ambientes saudáveis, seja na família, seja na igreja, pode trazer benefícios.


Ter uma vida com Fé, ter propósito, ter relacionamentos e buscar ajuda especializada, tudo isso porque, SIM, vale a pena viver!