Passando pela pandemia da COVID19 !


A doença conhecida como COVID19, foi identificada em dezembro de 2019, num surto de pneumonia de origem desconhecida em Wuhan, província de Hubei, na China. Em meados de Janeiro foi reconhecida a sequência genética do vírus SARS-CoV-2, procedentes desses casos da doença ocorridos na China. As evidências apontavam para mais um vírus de origem animal, que passou a circular na população humana. Assim como outros coronavírus, que já circulavam e eram responsáveis por Síndromes gripais na população humana.

O SARS-CoV-2 pertence ao grupo coronavírus e dentro desse grupo, existem outros vírus que causam Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e quadro gripais, sendo responsáveis por outras epidemias na Ásia e Oriente Médio em anos anteriores. No Brasil, era comum outros coronavírus e outros vírus respiratórios, causarem síndromes gripais anualmente. Contudo estávamos diante de um vírus novo, mais transmissível e com grande potencial de causar formas graves em humanos, principalmente em grupos etários com maior idade. E isso é muito frequente quando um vírus se encontra com uma nova espécie susceptível, e logo depois pode ocorrer uma adaptação a essa espécie. Isso já aconteceu não só com outros coronavírus anteriores, mas com outros vírus e agentes que causam doenças.

No mês de janeiro de 2020, novos casos da Covid 19 já começaram a ser identificados em outros continentes, como Europeu e Americano. No Brasil, o Ministério da Saúde recebeu a primeira notificação de caso confirmado de covid-19 em 26 de fevereiro de 2020, na quarta-feira denominada de “Cinza”. O caso era de um homem de 61 anos, de São Paulo, que havia viajado à Itália no começo do mês. E logo em seguida, no mês de março, outros casos foram confirmados nas principais cidades do Brasil. As capitais que tinham aeroportos com voos internacionais, foram as primeiras a sentirem o impacto da doença. Em Recife, os primeiros casos confirmados reconhecidos, tinham conexão com pessoas com viagem ao exterior no período de carnaval.

Rememorar a situação da COVID19, é recordar que apesar do desenvolvimento da ciência, da tecnologia, ainda permaneceremos sujeitos a situações indesejadas que acontecem no mundo. Para nós cristãos, isso se explica pela natureza caída da criação. O apóstolo Paulo escreve aos Romanos 8, “que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Romanos 8:22). A natureza também ficou sujeita à ação do pecado. Houve uma ruptura da harmonia da criação, descrita no livro de Gênesis. Ficamos não apenas sujeitos a nossa cobiça, desejos, arrogância, mas também sujeitos às consequências do nosso e do pecado do outro; sujeitos às tribulações decorrentes de nossa existência na terra. Somos atribulados com doenças, com seca, enchentes, terremotos, furacões, ciclones, com relacionamentos quebrados, com tantas coisas inesperadas e indesejadas!

Deus fez sua criação com perfeição e nos criou para a Eternidade, mas o pecado nos trouxe uma desarmonia com essa natureza, e as doenças, epidemias e surtos passaram a ser parte de nossa existência aqui. Anterior à Pandemia de Covid 19, tivemos algumas outras que acometeram milhares de pessoas na terra em séculos passados, ou mesmo enfermidades que acometem milhares, de forma contínua, ao longo dos anos, como a malária, o câncer, entre muitas que nos trazem lutas e desconforto.

O apóstolo Paulo deixa escrito para nós “ que não apenas a criação, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito Santo de Deus, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos” (Romanos 8:23 a 25).

Essa redenção do corpo se torna real pela graça do imenso amor de Deus, pela Cruz de Cristo, que nos redimiu do pecado e, por Cristo, somos resgatados para Vida Eterna. Por isso precisamos levar essa boa notícia como porta-vozes do Rei. Levar essa notícia para nossa cidade e até aos confins da terra, com a nossa voz e vida em Cristo Jesus, para que as pessoas tenham, no presente, a experiência de Jeremias quando ele escreve para nós: “quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio” Lamentações 3:21 a 24.

A misericórdia e esperança de Deus é para os dias atuais. Elas se renovam no dia de hoje na nossa vida, diante de uma nova guerra que surge e na vida daqueles que estão lá na Ucrânia. A fortaleza do Eterno se revela em nossa fraqueza. Durante a pandemia, alguns dos nossos irmãos e familiares se foram, e nem pudemos nos despedir de alguns e chorar, juntos com os amigos, essas perdas. E isso nos remete para aproveitar os tempos de estarmos juntos, abraçarmos quem amamos, ajudarmos a muitos que ainda precisam de nossa oração, do nosso abraço, de nossa presença e atitude, fazendo diferença. E, na certeza da nossa Vida Eterna, que nos foi restituída por Cristo, lembramos do que João escreveu à Igreja: “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4). Selá e Aleluia !

Denise S. C. de Oliveira Scripnic
Serva de Cristo e Epidemiologista.