As Mãos do Meu Pai

Recentemente, ao dirigir, olhei, casualmente, para minhas mãos ao volante e, pela semelhança, lembrei-me das mãos do meu pai, Pastor Hélio Vidal de Freitas. Naquele momento


Recentemente, ao dirigir, olhei, casualmente, para minhas mãos ao volante e, pela semelhança, lembrei-me das mãos do meu pai, Pastor Hélio Vidal de Freitas. Naquele momento, a saudade inundou meu peito.

Aquelas mãos que eventualmente me deram merecidas palmadas, não sem antes ser informado do porquê daquela disciplina e do respectivo para quê.

Essas mãos seguraram a minha bicicleta pela sela, quando chegou o tempo de remover as rodinhas laterais que a equilibravam, o que fez com que tivesse de correr ao meu lado por um longo trajeto, até que eu alcançasse o equilíbrio necessário.

Aplicaram em mim doídas injeções, quando necessário. Eram trêmulas como o são as minhas mãos também hoje. E me lembro da pressão tremida de seus dedos, ao segurar no músculo para essa aplicação.

Também me ensinaram a dirigir, ainda menino, sentado ao seu lado, na velha Kombi, eu, atento ao volante, enquanto ele cuidava dos pedais. Mãos hábeis na direção. Um grande amigo seu, Arlindo Raposo, certa vez, ao retornarem de uma saída juntos, relatou que ele tirara um fino tão grande em um poste, que o poste precisou murchar a barriga.

Essas mesmas mãos me ensinaram a manusear um estilingue, as peças do jogo de xadrez, uma régua de cálculos (para quem lembra dela), uma calculadora programável, os primeiros computadores.

Mãos que seguravam a revista “TIME”, sua preferida, seus muitos livros, mas, principalmente, um livro em especial, a Bíblia. Em seu manuseio e do ensino que dela ele extraía, quantas lições aprendi. Lições que ele não apenas ensinava, mas vivia.

Mãos que eram abertas para investir no crescimento do reino de Deus, mas também para auxiliar famílias necessitadas, ou seminaristas em dificuldades para custear seus estudos.

Prontas para todo tipo de trabalho, o vi reger a congregação, na ausência de quem o fizesse, como também ajudando a lavar casas de membros da Igreja que haviam sido invadidas pelas enchentes, então frequentes em muitos bairros do Recife.

 

Posso recordar de tantas experiências com meu pai, a partir de uma simples lembrança de suas mãos. Quanto sou grato a Deus por ele!

Como pais, possamos estar lembrados da importância das experiências com nossos filhos e de como podemos usar essas experiências para demonstrar-lhes a grandeza do amor de Deus, nosso Pai.